quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ser mãe é reaprender todos os dias

Já fazem 12 dias que minha pequenina nasceu de um PN que eu, sinceramente, acreditava que não seria capaz de conseguir por diversas razões: financeiras, psicológicas, fisiológicas... Havia várias pessoas confiando de que eu podia, mas as pessoas que eu mais precisava que acreditassem não acreditaram, após minha libertação joguei para uma delas "todo mundo achava que eu não conseguiria, mas eu consegui". Esse foi um dos primeiros reaprendizados que tive: como mãe posso muitas coisas inclusive passar por um TP de 48h e um PN sem analgesia.

Agora estou reaprendendo a lidar com bebê, a amamentar. Minha filha mais velha tem quatro anos, vamos combinar que é um espaço considerável e muitas coisas mudaram desde a época que Hannah nasceu, por exemplo, os médicos diziam que tínhamos que colocar os bebês deitados de lado, agora tem uns que dizem que deve ser de barriga para cima, podem se decidir por favor? Quer saber? Coloco do jeito que meu instinto de mãe mandar. É tenho instintos, poucos mas tenho.

Amamentar tem sido a tarefa mais árdua para mim, os bicos fissuraram e me lembrei de como a dor é horrível quando tem uma pessoazinha sugando. Dá vontade de falar palavrão, de esmurrar alguma coisa, gritar e até fazer xixi nas calças, mas eu sou uma mulher civilizada (só um palavrãozinho entre sussurros). Achei que seria bem mais fácil porque já amamentei antes, que não teria as benditas fissuras mas surpresa elas vieram. A pediatra me disse que a pele do seio volta a afinar depois que você pára de amamentar, que legal! Só agora me dizem isso! Teria me preparado psicologicamente para passar por isso de novo, isso arde pow! Eu tenho necessitado de toda minha força de vontade para não desistir, amamentar é sim muito prazeroso, desde que você não tenha fissuras.

Com minha primeira filha a parte mais difícil foram as fissuras, mas ela mamava bem pegava um seio daqueles bem durão de leite e acabava com ele até ficar murchinho, mas minha segunda tem uma preguiça danada de mamar, mama, dorme, larga... As pessoas me dizem "você tem que estimulá-la, mexer na bochechinha, nos pezinhos, tirar a roupinha", rá e vocês acham que não faço isso? Quem disse que ela acorda? Quando disse à moça do BLH que ela levava às vezes mais de uma hora para mamar ela não acreditou mas quando viu a bebê em ação ficou boquiaberta e disparou: "esse é o ritmo dela". Deeerrr e eu que sou a mãe dela não sei? Afffeeee mania que esse povo tem de não acreditar. A baixinha tem tanta preguiça de sugar que lambe, lambe, lambe o seio porque ela descobriu que fazendo isso cai leite na boca dela, taí para quem diz que bebê não entende das coisas. Tudo isso para dizer o aprendizado números dois e três: bebês não nascem aprendendo a mamar e nenhum bebê é igual a outro (mesmo sendo seus filhos). Ah eu meio que sabia disso, mas tinha esperanças de que comigo fosse diferente, doce ingenuidade.

Aprendi que não gosto mais de desenhos tanto quanto eu gostava, na realidade prefiro assistir jornal, documentários, esses programas chatos de adulto, eu achava que nunca gostaria disso, mas agora gosto e entendo porque minha mãe ficava tão chateada de ver desenhos. Também não gosto mais de brincar de bonecas e fiquei realmente chateada por isso, achava que era a brincadeira mais legal do mundo e agora não acho mais, pique-esconde me dá sono (bom, nunca gostei muito mesmo porque não conseguia achar bons esconderijos e nunca fui rápida o suficiente para bater livre). Coitadinha da minha filha! Ela ama bonecas e pique-esconde...

Descobri que consigo ter paciência quando ela já quase não existe mais e que consigo ser meiga e até dócil, quem diria? Saraiva em pessoa ser meiga? Dócil? Hannah tem me ensinado muita coisa, a parte ruim é que com isso acabo cometendo erros enormes com ela, eu esperava não cometê-los, achava que quando fosse mãe não cometeria os erros de meus pais, eu sinceramente jurava que não os cometeria, mas cometi e cometo os mesmos erros.

A coisa mais importante que aprendi com minhas filhas é que sempre há amor para quantos filhos vierem. Alguém pode dizer "avá que você não sabia disso", até sabia mas quando você se dedica exclusivamente para uma pessoa por quatro anos acha que pode não sobrar para outra. Quando estava grávida não conseguia conversar com minha barriga, acariciá-la porque achava que estaria "traindo" minha filha, mas no primeiro segundo que Ariella nasceu e a colocaram em meus braços pude perceber que havia amor para ela também, a amo tanto quanto a Hannah e assim como a ela adoro seu cheiro, sua voz, sua pele, seus olhos... Para mim são as pessoas mais lindas e importantes do mundo. Amor é elástico quando se trata de filhos, é como dizem "coração de mãe sempre cabe mais um".




5 comentários:

  1. Patricia, que lindas palavras! Fiquei emocionada! Parabéns pelas filhotas!!

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  2. Paty! Lindo!
    Ser mãe é isso! Cada dia reaprendendo, cada dia, só por hoje, ensinando e aprendendo! Essa é a nossa tarefa! Mãe!

    Bejos Natália

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    Respostas
    1. Obrigada Natália! Acho que a gente começa a aprender de verdade quando se torna mãe, é quando muitas coisas passam a fazer sentido (inclusive as broncas de nossa mãe).

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